Esta é a pergunta que fazemos quando nos deparamos com situações inusitadas envolvendo mulheres. Por que resolvemos escrever sobre isto?
Recentemente algumas mulheres têm ocupado as primeiras páginas dos jornais de forma não muito agradável.
A primeira delas, a jornalista Mônica Veloso, envolveu-se com o Senador Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional. Teve uma filha com ele e recebia dinheiro, a título de pensão alimentícia, de um conhecido lobista. O resultado é uma crise no Senado Federal, de onde o Senador em pauta não quer deixar a cadeira de Presidente, fazendo, inclusive, a sua defesa da própria cadeira, humilhando o Senado Federal como instituição, na medida em que quem estava ali falando não era o Senador, mas o Presidente do Senado e do Congresso Federal. Se tivesse falado da tribuna mudaria a sua condição? Não, mas o simbolismo que a cadeira impõe dá uma dimensão maior a qualquer ato. Uma coisa é o Senador Renan Calheiros falar da Tribuna - simbolicamente estaria investido apenas de sua função de Senador, outra coisa é falar da cadeira de Presidente do Senado - ali quem está é o Presidente do Senado e do Congresso Nacional - muda bastante, não?
Aí entra em cena a segunda mulher a que fazemos referência: a esposa do Senador Renan Calheiros - Maria Verônica Calheiros. Ela comparece ao Senado e ouve atentamente as explicações de seu marido a seus pares e à sociedade brasileira. Sua atitude poderia levar a uma minimização dos fatos, vez que a própria esposa, a principal interessada e exposta com a traição do marido e a filha havida fora do casamento, continuava firme ao seu lado. "Tirando de letra" todo este escândalo, em entrevista ao jornal o Estado de São Paulo, Verônica afirma que 'homem é mesmo muito besta'. O jornal a chama de Hilary Clinton tropical.
A terceira mulher é a Ministra do Turismo, Marta Suplicy, que há poucos dias usou uma expressão muito vulgar para se referir aos passageiros vítimas do caos em que se transformou o transporte aéreo no país. Só para lembrar a expressão foi: 'relaxa e goza' (sic). A ministra se desculpou depois, mas o estrago já estava feito. O que se espera, minimamente, de alguém que ocupa um cargo público é o respeito aos cidadãos e não a ironia e a galhofa.
Estão aqui representados alguns papéis que, tradicionalmente, são atribuídos às mulheres: a Eva sedutora, responsável pela expulsão do paraíso; Maria santa mãe de Jesus, responsável pela harmonia da família e Lilith, a versão feminina do demônio, aquela que deu à Eva a maçã proibida, aquela responsável pela demonização da sexualidade humana.