sábado, 5 de maio de 2007

Alô, Cesar Maia, trabalhas na casa?

Continuando o tema do post sobre o abandono da cidade do Rio de Janeiro, foi noticiado, hoje, que está crescendo mais uma favela em São Conrado, em área de proteção ambiental. Trata-se de uma expansão da Rocinha em direção à Gávea, na encosta do Morro Dois Irmãos. O mais interessante de tudo é que são construções de dois e três andares que podem ser vistas do Centro de Cidadania Rinaldo Delamare, que pertence à Prefeitura.

De acordo com o Presidente da Associação de Moradores de São Conrado, José Britz, a primeira denúncia da ocupação irregular foi feita em 2004 à Maria del Pilar Proa, Diretora da 1ª Divisão de Licenciamento e Fiscalização (DLF) da Prefeitura. Diante do silêncio da Diretora, a Associação de Moradores enviou novas reclamações para o sub-prefeito da Zona Sul, Mario Fillipo em 5 de fevereiro de 2005 e, recentemente, em 27 de fevereiro deste ano.

O sub-prefeito informou que enviou a denúncia ao Instituto Pereira Passos para investigar se todas as construções são irregulares. Ainda informou que foram demolidas as casas em 2005 e que foram construídas outras. O Instituto deve enviar o mapa cartográfico ao sub-prefeito.


De toda forma, a Rocinha continua crescendo, vertical e horizontalmente,`as margens da auto-estrada Lagoa-Barra. O próprio Presidente da Associação de Moradores da Rocinha encaminhou denúncia de ocupações irregulares, de cerca de 40 famílias que construíram fora dos limites da Área de Proteção Ambiental, o limite verde ou eco-limite, que foi criado para evitar a expansão da favela. Também ele afirma que há um mês foram feitas denúncias pela TV e até agora nada foi feito. Ele espera que estas famílias sejam contempladas com apartamentos que serão construídos no projeto de Urbanização da Rocinha a ser iniciado pelo governo do Estado.

A crescente concentração de renda, a ausência de política habitacional, o desrespeito aos Direitos Humanos e Sociais, entre outros fatores, são responsáveis pelo crescimento das favelas na cidade do Rio de Janeiro.

As imagens são contundentes. Todas as fotos são da Rocinha. A destruição do meio ambiente é absurda e irreversível, considerando as dimensões que a Rocinha possui. O fato é que o Poder Público não consegue entrar e agir firmemente porque o tráfico de drogas não permite.

Recentemente, a respeito de uma invasão na Floresta da Tijuca, o Prefeito Cesar Maia disse que nada podia fazer porque tratava-se de uma propriedade da União. Ora, ocupação e parcelamento do solo são responsabilidade do Município, assim como o dever de preservar o meio ambiente é de todos. O Prefeito ainda acrescentou que se a União autorizasse ele poderia remover a ocupação porque ali não existia o tráfico de drogas. Precisa falar mais?

Um comentário:

fatimare disse...

Achei por acaso esse blog e gostaria de parabenizar vcs pela iniciativa. Moro em São Paulo e tenho uma favela próxima a minha casa. A difereça daqui é que como as favelas não ficam em morros não dá para vê-las tão bem como no RJ, mas dá para sentir os seus efeitos. Estes cidadãos das "Comunidades" passam em minha
porta todos os dias, enchendo o ar
com seus palavrões e linguajar peculiar. Os Brasileiros querem ser campeões mundiais em diversos esportes, mas já somos conhecidos internacionalmente pelo número de favelas, violência, cobrança de impostos, acidentes automobilisticos, concentração de riquezas, corrupção pública e outras mazelas sociais que deveriam ser pensadas por cada brasileiro e incentivar a busca de mudanças, porque as mudanças começam com cada um nós.
Precisamos construir um país melhor. Precisamos mudar a nossa cultura individualista, repartir mais, buscar soluções. Oxalá sejamos um dia conhecidos não por estes motivos que citei, mas por inciativas exemplares de boa cidadania. Continuem denunciando aquilo que todos veem mas não se comprometem em mudar. Que Deus os ilumine e abençoe.