domingo, 22 de julho de 2007

O lixo eletrônico

O descarte de pilhas, baterias, computadores, celulares etc. vem se tornando um grave problema para o país. O aumento do consumo destes bens é considerável, em razão do barateamento de preços e de ações de inclusão digital, no caso dos computadores.

Não é raro ver, principalmente os adolescentes, sempre com os modelos mais atuais de celulares. O resultado de todo este consumismo é uma produção de mais de 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano no Brasil (O Globo).

A indústria eletrônica é responsável pela contaminação e poluição de águas e rios, em consequência das substâncias químicas utilizadas em seus componentes.

De acordo com o Greenpeace, "a indústria eletrônica é global e a fabricação terceirizada de seus componentes em todo o mundo normalmente envolve processos químicos que geram uma grande quantidade de lixo perigoso, cujos efeitos ainda foram pouco investigados. 'Há pouquíssima informação precisa sobre os fornecedores de componentes para as grandes marcas. Mas a responsabilidade pela contaminação é tanto dos fornecedores quanto dessas grandes indústrias', afirmou Zeina Alhajj, coordenadora da campanha de tóxicos do Greenpeace Internacional. 'Há necessidade de uma total transparência em toda a cadeia de produção da indústria eletrônica para que os donos das grandes marcas sejam obrigados a assumir a responsabilidade pelos impactos ambientais da produção de suas mercadorias.'
O estudo também documenta a contaminação de aqüíferos com compostos orgânicos clorados voláteis, um poluente orgânico persistente no meio ambiente, além de metais pesados como níquel e cobre. A contaminação de água subterrânea é grave, já que as comunidades locais em muitos dos lugares investigados usam essa água para consumo humano".

Em maio, deste ano, Steve Jobs, dono da Aple, divulgou no site da empresa que vai começar a se preocupar com o processo produtivo de seus computadores, tornando-o mais sustentável, diminuindo e até eliminando a utilização de substâncias tóxicas. como o mercúrio, por exemplo. Jobs afirmou que não vai mais utilizar este metal na fabricação de monitores, passando a utilziar a tecnologia LED.

Só para se ter uma idéia, de acordo com o que foi publicado no Jornal O Globo, para fabricar um computador de mesa, com monitor convencional de 17 polegadas, são utilizados, pelo menos: 240 quilos de combustíveis fósseis; 22 quilos de químicos; 1.500 litros de água. Ainda de acordo com o Jornal, são utilizados, ao todo, 1,8 tonelada de material, o que equivale ao peso um veículo utilitário. "Um computador de mesa de cerca de 24 quilos, com monitor, requer pelo menos dez vezes seu peso em combustíveis fósseis e químicos para ser fabricado. Um automóvel e uma geladeira demandam apenas uma a duas vezes seu peso".(O Globo)

O Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) órgão encarregado de legislar sobre matéria ambiental, criou a Resolução 257, que determina que os fabricantes têm a obrigação de receber de volta as pilhas e baterias que não são mais usadas. No caso, o usuário devolve à loja onde comprou, ou a assistência técnica do fabricante, para que sejam encaminhados para o fabricante. Mas e quando não se usa mais o computador ou qualquer oputro equipamento eletrênico? Joga-se no lixo.

Para tentar resolver o problema, o Ministéro do Meio Ambiente vai enviar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei propondo uma Polícia Nacional de Resíduos Sólidos. Ok, mais uma lei. Ocorre que já existem leis sobre poluição das águas, do solo etc. que já regulam as atividades que produzem os resíduos perigosos. Portanto, já existem determinações legais. O que falta é fiscalizar e punir. Mas, a nova lei vai responsabilizar também o consumidor. Ah, bom!

Um comentário:

Glawlbert disse...

excelente artigo sobre o lixo eletrônico, está de parabéns.